viernes, 22 de junio de 2012

Deus e a saída de Roger

Depois de dois anos e meio com a camisa azul, que já vestiu tantos craques e outros tantos que não mereceram tal honra, Roger se despediu do Cruzeiro na última terça. 


Não acredito que Roger estava sendo hipócrita ou fazendo média.

"Vivi intensamente esse sonho, infelizmente hoje é o dia de acordar", e tinha a voz embargada.

Se não como ídolo, Roger sai do Cruzeiro como um jogador muito querido pela torcida. Pela maioria da torcida, pelo menos - sempre tem os chatos que só olham estatísticas, quanto tempo ele ficava no departamento médico ou se era viável economicamente para o clube.

"Sou um cara muito emotivo e gosto de viver a minha vida com desafios e com muito amor. O agradecimento é com todo amor pelos cruzeirenses".

Gosto quando um jogador mostra esse sentimento cada vez mais em falta no mundo cínico e milionário do futebol.

Na mesma terça, Roger participou de um programa na TV.

Perguntado pelo apresentador se jogaria no rival Atlético, respondeu:

"Há coisas nessa vida que o dinheiro não compra. E a minha identificação com o Cruzeiro eu não venderia por preço nenhum."

Há cerca de um mês, as manchetes dos sites esportivos alardearam uma possível transferência do goleiro Fábio para o clube que treina em Vespasiano.


Não gostei da resposta medrosa e vacilante de Fábio.

Não o crucifico, no entanto. É o jeito dele, vá lá.

Roger, com dois anos e meio de Cruzeiro, fez o que um Ídolo deve fazer. Sorín e Alex - para citar os mais recentes - fariam o mesmo. 

Fábio, titular há mais de seis anos, ídolo da torcida e que já tem seu nome eternizado na história do clube, foi político ao responder a pergunta.

Roger escolhe seu próprio destino.

Fábio prefere deixar nas mãos de Deus.