lunes, 8 de noviembre de 2010

“Estamos criando um monstro”

A frase acima foi dita pelo técnico Renê Simões, numa dura crítica a Neymar pela sua falta de educação e desobediência ao técnico Dorival Júnior, que acabou sendo demitido do Santos. “Está na hora de alguém educar esse rapaz”, completou. Arquétipo de Robinho, ídolo de crianças que imitam seu corte de cabelo, coreógrafo de dancinhas pós-gol e tuiteiro de todas as horas, Neymar carrega a dor e a delícia de ser um garoto de 35 milhões de euros. Criador de polêmicas, jogadas geniais e dribles que infernizam “joões” pelos gramados, o “Menino da Vila”, metade jogador, metade pop star, completou a maioridade este ano sob as luzes dos holofotes da imprensa. 

Quem está criando um monstro? A própria criatura, num ataque de autodestruição – ou de redenção? A mídia, que toca fogo no circo, lava as mãos e bate palma? Os torcedores, reféns de sua própria adoração pelo esporte bretão? Ou um país incapaz de questionar a verdadeira importância de seus ídolos?

* Texto de minha autoria originalmente publicado na Revista Ragga, edição de outubro.

No hay comentarios.: